segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A Importância da consciência Ambiental para o Brasil e para o Mundo



A partir da escassez dos recursos naturais, somado ao crescimento desordenado da população mundial e intensidade dos impactos ambientais, surge o conflito da sustentabilidade dos sistemas econômico e natural, e faz do meio ambiente um tema literalmente estratégico e urgente.

Durante o período da chamada Revolução Industrial não havia preocupação com a questão ambiental. Os recursos naturais eram abundantes, e a poluição não era foco da atenção da sociedade industrial e intelectual da época.

A partir da escassez dos recursos naturais, somado ao crescimento desordenado da população mundial e intensidade dos impactos ambientais, surge o conflito da sustentabilidade dos sistemas econômico e natural, e faz do meio ambiente um tema literalmente estratégico e urgente. O homem começa a entender a impossibilidade de transformar as regras da natureza e a importância da reformulação de suas práticas ambientais.

Os limites:

A humanidade está usando 20% a mais de recursos naturais do que o planeta é capaz de repor. Com isso, está avançando sobre os estoques naturais da Terra, comprometendo as gerações atual e futuras segundo o Relatório Planeta Vivo 2002, elaborado pelo WWF e lançado este ano em Genebra.

De acordo com o relatório, o planeta tem 11,4 bilhões de hectares de terra e espaço marinho produtivos - ou 1,9 hectares de área produtiva per capita. Mas a humanidade está usando o equivalente a 13,7 bilhões de hectares para produzir os grãos, peixes e crustáceos, carne e derivados, água e energia que consome. Cada um dos 6 bilhões de habitantes da Terra, portanto, usa uma área de 2,3 hectares. Essa área é a Pegada Ecológica de cada um. O fator de maior peso na composição da Pegada Ecológica hoje é a energia, sobretudo nos países mais desenvolvidos.

A Pegada Ecológica de 2,3 hectares é uma média. Mas há grandes diferenças entre as nações mais e menos desenvolvidas, como mostra o Relatório Planeta Vivo, que calculou a Pegada de 146 países com população acima de um milhão de habitantes. Os dados mais recentes (de 1999) mostram que enquanto a Pegada média do consumidor da África e da Ásia não chega 1,4 hectares por pessoa, a do consumidor da Europa Ocidental é de cerca de 5,0 hectares e a dos norte-americanos de 9,6 hectares.

Embora a Pegada brasileira seja de 2,3 hectares – dentro da média mundial, mas cerca de 20% acima da capacidade biológica produtiva do planeta.

Quando falamos em emissões de poluentes, as diferenças dos índices emitidos pelos países desenvolvidos e em desenvolvimento também são significativas: Um cidadão médio norte-americano, por exemplo, responde pela emissão anual de 20 toneladas anuais de dióxido de carbono; um britânico, por 9,2 toneladas; um chinês, por 2,5; um brasileiro, por 1,8; já um ganês ou um nicaragüense, só por 0,2; e um tanzaniano, por 0,1 tonelada anual. A China e o Leste da Ásia aumentaram em 100% o consumo de combustíveis fósseis em apenas cinco anos (1990/95). (Wolfgang Sachs, do Wuppertal Institute)

Nos países industrializados cresce cada vez mais o consumo de recursos naturais provindos dos países em desenvolvimento - a ponto de aqueles países já responderem por mais de 80% do consumo total no mundo. Segundo Sachs, 30% dos recursos naturais consumidos na Alemanha vêm de outros países; no Japão, 50%; nos países Baixos, 70%.

O desafio:

O grande desafio da humanidade é promover o desenvolvimento sustentável de forma rápida e eficiente.

Este é o paradoxo: sabemos que o tempo está se esgotando, mas não agimos para mudar completamente as coisas antes que seja demasiado tarde. Diz-se que uma rã posta na água fervente saltará rapidamente para fora, mas se a água for aquecida gradualmente, ela não se dará conta do aumento da temperatura e tranqüilamente se deixará ferver até morrer. Situação semelhante pode estar ocorrendo conosco em relação à gradual destruição do ambiente natural. Hoje, grande parte da sociedade se posiciona como mero espectador dos fatos, esquecendo-se de que somos todos responsáveis pelo futuro que estamos modelando. Devemos exercer a cidadania planetária, e rapidamente.

A luz no fim do túnel:

A conscientização ambiental de massa, só será possível com percepção e entendimento do real valor do meio ambiente natural em nossas vidas. O meio ambiente natural é o fundamento invisível das diferenças sócio econômicas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. O dia em que cada brasileiro entender como esta questão afeta sua vida de forma direta e irreversível, o meio ambiente não precisará mais de defensores. A sociedade já terá entendido que preservar o meio ambiente é preservar a própria pele, e fragilizar o meio ambiente, é fragilizar a economia, o emprego, a saúde, e tudo mais. Esta falta de entendimento compromete a adequada utilização de nossa maior vantagem competitiva frente ao mundo: recursos hídricos, matriz energética limpa e renovável, biodiversidade, a maior floresta do mundo, e tantas outras vantagens ambientais que nós brasileiros temos e que atrai o olhar do mundo.

Mas, se nada for feito de forma rápida e efetiva, as próximas gerações serão prejudicadas duplamente, pelos impactos ambientais e pela falta de visão de nossa geração em não explorar adequadamente a vantagem competitiva de nossos recursos naturais.

Somos a primeira geração a dispor de ferramentas para compreender as mudanças causadas pelo homem no ambiente da Terra, mas não gostaria de ser uma das últimas com a oportunidade de mudar o curso da história ambiental do planeta.

Autora: Marilena Lino de Almeida Lavorato 



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Brasil testará técnica proibida para extrair gás em Minas e na Bahia



Uma técnica de extração que pode aumentar em mais de seis vezes as reservas de gás natural do País será testada pela primeira vez nos próximos meses, em Minas e na Bahia. Proibido em alguns países europeus e em discussão nos Estados Unidos, o fraturamento hidráulico (fracking, em inglês) é alvo de polêmica por conta da falta de estudos sobre possíveis danos ambientais – a técnica retira o gás a mais de 1,5 mil metros de profundidade.

Clique aqui para ver a explicação do processo de fraturamento hidráulico

As principais preocupações referem-se à possível contaminação de lençóis freáticos e a relação com o aumento da incidência de terremotos. Nos EUA, a agência de proteção ambiental (EPA) prometeu realizar um grande estudo, mas ainda não se posicionou sobre o gás de xisto – rocha onde ocorre a extração.


No ano passado, pesquisadores da Duke University, na Pensilvânia, publicaram um artigo na revista Proceedings of the National Academy of Sciences que alertou para o aumento da concentração de metano na água potável em áreas próximas a poços que usam o fracking. Não ficou provado, porém, se há relação direta com a técnica. “Se a contaminação ocorrer nas fontes mais profundas não há nada que se possa fazer para evitar”, diz Avner Vengosh, um dos autores do estudo, que também alerta para os produtos químicos usados no processo. Segundo Vengosh, a questão nos EUA é agravada por causa da autonomia dos proprietários de terra, que podem negociar diretamente o arrendamento com as companhias de energia.

No Brasil, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) afirma que a extração terá um acompanhamento melhor. “Esse problema aconteceu  nos EUA porque cada Estado fez de um jeito. Estamos aprendendo com os erros deles”, diz Olavo Colela, assessor da diretoria da ANP. De acordo com Colela, a técnica será implementada em um primeiro momento em três bacias sedimentares: Vale do Parnaíba (MG), Parecis (MT) e Recôncavo (BA).

Leia também: Descoberta de reserva gigante cria corrida do gás em Minas Gerais


Nestas regiões, a expectativa é de que se aumente as reservas de gás natural no País em 208 trilhões de pés cúbicos (TCF) – atualmente, o total é de 32 trilhões de TCF. Segundo a AIE, agência de energia norte-americana, este potencial colocaria o País na 10ª posição na lista de maiores reservas estimadas. Estados Unidos (8.620), China (1.275) e Argentina (774) lideram o ranking.

Entre as empresas interessadas estão a Shell, a Petra e a Fortress Energy, que poderão pedir à ANP a extensão do prazo de concessão em áreas que já exploram hoje. "Faremos uma recomendação para que se evite empreendimentos apenas na Amazônia", afirma Colela. "Hoje em dia é complicado trabalhar lá. Mas não proibiremos as empresas de fazer, o risco será delas."

O licenciamento ambiental ficará a cargo de cada Estado.

Fonte:

Fonte da imagem:

http://pt.wikinoticia.com/cultura%20cient%C3%ADfica/ecologia%20e%20ambiente/110695-o-que-e-fracking

 




sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A Problemática dos Cemitérios e seu Impacto no Meio Ambiente



À semelhança dos aterros sanitários, os cemitérios também geram efluentes líquidos potencialmente perigosos para o aquífero livre (“lençol freático”). O chorume dos cemitérios foi denominado de “necrochorume”, em 1986, por ocasião da elaboração da norma CETESB – L.1040.

O necrochorume, conforme pesquisa nacional realizada em 1.108 cemitérios entre 1970 a 2012, é um líquido mais denso e viscoso que a água, coloração acinzentada a acastanhada, odor fétido, muito solúvel em água (polimerizável), constituído geoestaticamente por 60% de água, 30% de substâncias inorgânicas e 10% de substâncias orgânicas biodegradáveis (cadaverina, putracina, mercaptanas, etc.). É exsudado intermitentemente pelos cadáveres em decomposição, na fase coliquativa do período putrefativo, a razão média de 167,00 mL/dia (“quantum diário”), perfazendo um volume total médio de 30,00L/6-8 meses para cadáveres adultos do biótipo brasileiro (70/80 kg de peso).

Os “quantum” diários secam em aproximadamente 10,04 horas, reduzindo-se a um pó esbranquiçado, mineralizável, inertizado. Se a secagem natural processar-se no âmbito intrajazigos, não constituem impactos negativos ao meio geológico. Caso extravasem das sepulturas, podem aportar no lençol freático raso ou então secarem de permeio a massa do solo, formando maçarocas.

Tais maçarocas do pó residual da secagem do necrochorume (“necropó”) podem ser remobilizados paulatinamente pelas águas pluviais infiltradas no solo, aprofundando-se até atingirem os lençóis freáticos subjacentes, carreando vetores microbiológicos sobreviventes, em especial, os vírus (as bactérias geralmente têm sobrevivência limitada, pois não tem a capacidade dos vírus de permanecerem latentes).

Dentro da filosofia do gerenciamento ambiental sustentável das necrópoles, a sua implantação deverá sempre ser objeto de um estudo hidrogeo-ambiento-sanitário prévio, onde serão avaliadas as condições do meio geológico local, a profundidade dos aquíferos freáticos, a depurabilidade natural do maciço pedológico, etc. Além disso, o projeto e a construção das sepulturas deverão ser adequadas, garantindo condições internas de trocas gasosas (“efeito pulmão”), lajes para contenção do necrochorume, etc. A rotina operacional deve incluir a utilização de substanciais oxidantes apropriados (“necroxidantes”) com finalidade antissépticas, capazes de neutralizar o liquame funerário retido nas contenções citadas.

Como resultado da pesquisa nacional já mencionada, complementada por atuações em 105 cemitérios no Exterior, desenvolveram-se duas tecnologias inovadoras: a utilização de mantas delgadas para absorção, secagem catalisada e neutralização bioquímica e microbiológica do necrochorume (“necronetes”), e a desinfecção e assepsia do subsolo dos cemitérios por injeções gravitacionais de soluções aquosas de necroxidantes poderosos combinados para saneá-lo.

A utilização paralela dos necroxidantes pulverulentos desenvolvidos, se utilizados intracaixões, em contato mais íntimo com os corpos, promove a catalisação da decomposição, abreviando o período de tempo requerido para a putrefação (média de 2,71 anos para os cadáveres adultos do biótipo brasileiro).

Tal fato é relevante, no sentido de favorecer as exumações seguras (cadáveres totalmente decompostos, até os chamados “ossos limpos”) e, consequentemente, garantir as sepulturas para reutilização, tanto em cemitérios particulares quanto em cemitérios públicos (sempre às voltas com o problema do esgotamento das sepulturas disponíveis e a consequente redução da capacidade de sepultamento).

Autor: Prof. Dr. Lezíro Marques-Silva, Hidrogeólogo.

Colaboradores:

Alexandre Rodrigues Toccheton, Químico.
Letícia Rodrigues Mateo, Bióloga.
Lezíro Marques-Silva Jr., Gestor Ambiental.




Foto: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2955016.xml&template=4187.dwt&edition=14999&section=2003


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