quarta-feira, 23 de novembro de 2011

ABNT NBR 15527 PARA CAPTAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA - VOCÊ SABIA?


Os sistemas para aproveitamento de água de chuva são utilizados desde a antiguidade. Existem relatos do uso de água de chuva por vários povos como Incas, Maias e Astecas. Hoje a captação da água da chuva é uma prática muito difundida em países como a Austrália e a Alemanha, aonde novos sistemas vêm sendo desenvolvidos, permitindo a captação de água de boa qualidade de maneira simples e bastante eficiente em termos de custo-benefício.
A água de chuva coletada através de calhas, condutores verticais e horizontais é armazenada em reservatório podendo ser utilizada para consumo não potável, como em pias, em torneiras de jardim, para lavagem de veículos e de roupas, dentre outros. A viabilidade do sistema depende basicamente de três fatores: precipitação, área de coleta e demanda. O reservatório de água da chuva, por ser o componente mais dispendioso do sistema, deve ser projetado de acordo com as necessidades do usuário e com a disponibilidade pluviométrica local para dimensioná-lo corretamente, sem inviabilizar economicamente o sistema.
A água da chuva é contaminada pela poluição que se encontra no ar, variando conforme a intensidade de atividades poluidoras inseridas na região, podendo ocasionar a presença de partículas de arsênico, chumbo dentre outros poluentes, inclusive alterando seu PH gerando a chuva ácida. Uma vez que a chuva entra em contato com o telhado ou outra superfície de coleta, muitas impurezas como poeira, fezes de pássaros, bactérias e outros contaminantes podem ser lavados para dentro do sistema de armazenamento. Os principais critérios para análise de água potável são relativos à bactérias como salmonella, e-coli e legionella, e a contaminantes físicos como pesticidas, chumbo e arsênico. A água da chuva é livre da maioria destes danos.
Os contaminantes da água podem ser classificados em químicos, orgânicos e biológicos podendo gerar alterações em seu sabor e odor. A qualidade da água de abastecimento no Brasil é normalizada pelo Ministério da Saúde
Em 2007 foi regulamentada a ABNT - NBR 15527 (Esta Norma fornece os requisitos para o aproveitamento de água de chuva de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis e se aplica a usos não potáveis em que as águas de chuva podem ser utilizadas após tratamento adequado como, por exemplo, descargas em bacias sanitárias, irrigação de gramados e plantas ornamentais, lavagem de veículos, limpeza de calçadas e ruas, limpeza de pátios, espelhos d'água e usos industriais).
O que fazer:
·         Projeto de engenharia, com anotação de responsabilidade técnica ART do CREA;
·         Análise de séries históricas e sintéticas das precipitações onde será feito o projeto.(isso para saber o dimensionamento do reservatório);
·         Alcance do projeto e determinação da demanda. (é economicamente viável)
·         Projetista vai definir os parâmetros de qualidade da água de acordo com o USO
(restritivo e não restritivo);
·        Para uso restritivo atender a normatização: Cloro residual livre 0,5mg/L a 3mg/L Verificação mensal; Turbidez < 2 uT e para usos menos restritivos <5 uT Mensal; Cor aparente <15 uH mensal; Coliformes totais e termotolerantes: ausentes em 100mL e análises semestrais; pH entre 6,0 e 8,0. (Você pode achar estranho, apesar de os fins não potáveis como a rega de jardins e a lavagem de pisos não terem contato direto com a pele e serem desconsiderados os tratamentos químicos, é recomendável fazê-los. As pessoas que manusearão a água captada para esses fins e para a lavagem de carros manterão contato direto com aquela. O tratamento não precisa ser tão prolongado a fim de tornar a água potável, mas deve ser o suficiente para atender aos mínimos padrões de qualidade da água).

 
Assim o cálculo da quantidade de água a ser coletada em uma residência deve levar em consideração o volume de chuva anual na região desejada, a superfície de cobertura por onde a água será coletada, a quantidade de água a ser coletada e a demanda do local. A instalação pode ser feita segundo a solução alemã, que supre a demanda de uso interno e externo, atendendo a áreas de maiores captação e sendo ideal para obras que ainda se encontram na fase de construção, ou a solução australiana, que oferece soluções mais simples e de menor custo, voltadas prioritariamente para o uso externo de obras já acabadas.
Algumas cidades brasileiras já transformaram em lei a captação da água pluvial. Como exemplo a lei municipal de Curitiba-Paraná nº. 10785 de 18 de setembro de 2003 e São Paulo, a lei estadual N.º 12526 de 2 de janeiro de 2007.

“Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma” (Lavoisier, 1743-1794).

Fontes:

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