segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Hortas Urbanas Geram Renda para Famílias Carentes

Você conhece a cidade de Sete Lagoas em Minas Gerais? Mas pra quem não conhece, Sete Lagoas é uma cidade que fica a 65 km de BH e que tem se destacado no cenário estadual por estar recebendo muitas empresas.

O projeto da horta urbana desenvolvida nessa cidade visa atender as famílias carentes, sendo cultiva no canteiro centra de uma avenida. Em uma área de servidão da Cemig, debaixo das linhas de transmissão de energia, espaço urbano normalmente tomado por lixo e entulho, a prefeitura construiu uma gigantesca horta comunitária.

Como funciona?

   

O pontapé do projeto em Sete Lagoas foi dado em 1982, com a criação de uma horta no bairro Manoa, numa parceria entre a Prefeitura Municipal, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e o Programa Estadual de Alimentação Escolar. Inicialmente, 35 famílias integraram o projeto. Obedecendo a normas que primam pelo desenvolvimento sustentável, a produção garante alimentos com segurança alimentar a famílias de baixa renda, que têm na atividade uma fonte de renda fundamental.

Atualmente, o projeto das hortas urbanas já faz parte dos programas de urbanização da Prefeitura. Nos bairros criados em substituição às ocupações em área de risco, já são destinadas glebas para as famílias que quiserem criar suas hortas. Bairros de áreas periféricas, como Montreal, Canadá ou Barreiro já foram beneficiados. Neste último, 12 famílias participam do projeto e ainda há espaço para pelo menos mais 20 famílias. O bairro Jardim dos Pequis, que substituirá com 240 casas a área conhecida como “Iraque/Kuwait”, será o próximo a reservar espaço para as hortas.

Para ser admitida no projeto, a família passa por uma avaliação, que inclui entrevista com assistente social, emissão de laudo para a Prefeitura e para a Associação de Produtores da Horta Comunitária escolhida. Após aprovação – a família não pode ter outra fonte de renda, a princípio -, cada família recebe uma área de 360 metros quadrados. A Prefeitura disponibiliza o cercamento da área, água tratada com reservatório, sementes para a primeira produção e transporte para as feiras livres. Podem ser plantadas quaisquer hortaliças, normalmente são mais de 20 espécies.

Há, no entanto, alguns obstáculos. A produção de Sete Lagoas já excede a demanda do município. De cada 16 canteiros que compõem a área de um horta, uma é destinada ao abastecimento da merenda escolar. O restante pode ser comercializado pela família livremente. Com um volume grande de hortaliças produzidas – no ano passado foram 30 toneladas -, os produtores enfrentam agora o desafio de buscar novos mercados. Para a extensionista Érika, as famílias têm usado a criatividade. Um deles é o fornecimento da produção para centros como Belo Horizonte ou mesmo estabelecer contratos com restaurantes. “É um projeto que só tende a crescer. Com o enquadramento no Programa da Agricultura Familiar, ninguém nos segura. Precisamos apenas resolver a logística do negócio”, conclui.

Produtos orgânicos de qualidade e baixo custo


As famílias recebem orientação para evitar o uso de fertilizantes químicos, e não utilizar agrotóxicos, produzindo de maneira ecológica. Na horta, em vez de os inseticidas e fungicidas tradicionais, são utilizados esterco animal curtido, calda sulfocálcica, calda de folhas de tomateiro, armadilhas luminosas, controle biológico e outras técnicas de produção orgânica. Resultado: produtos orgânicos de excelente qualidade e a baixo custo.

Seguindo o exemplo!

E o exemplo já está sendo seguido em diversos municípios do Estado, como Betim, Santa Luzia, Neves, Contagem, Uberlândia etc. O trabalho, divulgado ao longo dos anos, já rendeu vários prêmios à Prefeitura de Sete Lagoas. O relato da experiência, com foco na produção e abastecimento, foi selecionado entre outros 150 para apresentação no 5º Congresso Pan-Americano de Incentivo ao Consumo de Hortaliças e Frutas para Promoção da Saúde realizado em 2009.

Os programas de Minas e de Sete Lagoas relacionados à extensão agropecuária (Emater), pesquisas (Embrapa) e de produção de sementes (Epamig) foram selecionados pelo governo brasileiro para servir de modelo a profissionais bolivianos. Uma comitiva da Bolívia, coordenados por servidores da Emater e pelo engenheiro agrônomo, Eduardo Rasguido, esteve, na prefeitura de Sete Lagoas conversando com prefeito. Na oportunidade aproveitaram para reconhecer e destacar o empenho da Prefeitura Municipal nos programas de extensão rural que, inclusive, vem dando ao Estado e ao país um nível de excelência reconhecido internacionalmente.

O projeto desenvolvido pela prefeitura de Sete Lagoas é exemplo a ser seguido e divulgado. Agora mesmo você está pensando porque não fazer isso aqui na minha cidade, seria tudo de bom, não é! Como estamos em época de eleição vai aqui este exemplo para candidatos a vereadores e prefeitos buscarem e copiarem projetos eficientes que geram renda para famílias carentes, que melhora a qualidade de vida e acaba com terrenos ociosos nas cidades (Folhas e Gente).

Mais informações assita o vídeo http://www.youtube.com/watch?v=yix1iKT5qlE.

Fontes:

http://donossoquintal.wordpress.com/

http://www.emater.mg.gov.br/portal.cgi?flagweb=site_tpl_paginas_internas&id=5090

http://www.fpl.edu.br/2012/media/pdfs/05.mestrado/dissertacoes_2011/dissertacao_adriane_aparecida_paula_2011.pdf

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-05362011000300028&script=sci_arttext

http://setelagoas360.com.br/cotidiano/1-cotidiano/1810-comitiva-da-bolivia-conhece-projeto-da-horta-comunitaria-em-sete-lagoas.html

Um comentário:

Maria Odete Pinho disse...

Parabéns aos idealizadores dessa iniciativa, excelente exemplo a ser multiplicado.

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