Por
Carlos Magno Santos Clemente
A cartografia e a
Geografia no decorrer dos séculos buscaram aprimoramentos conceituais e
aplicaçoes para melhor entendimento do espaço Geográfico. E de forma
inevitavel, a conciliação entre essas duas ciências se tornam indispensável, já
que o foco de ambas é a análise dos agentes modificadores das representações da
superficie terrestre.
Desde modo, a criação de metodologias
de trabalho dos fenômenos espaciais enriquece a praticidade da Geografia. As
escolas como a Alemã, Francesa, Inglesa e outras, apesar dos embates
conceituais, refletem teorias aplicadas aos estudos de variados trabalhos na
atualidade. Para uma melhor demonstração da evolução do pensamento geográfico,
o Quadro 01 resume um apanhado histórico das principais teorias geográficas.
Quadro 01 - Síntese da
evolução histórica da sistematização da Geografia
Personagens
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Época
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Vínculo
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Tales
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Século V a.C
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Geodésia;descrição
dos lugares
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Humbold/Ritter
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Século XIX
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Geografia
como parte terrestre do cosmo: síntese de todos os conhecimentos relativo a
terra; individualidade dos lugares; propostas de regionalização; relação
homem-natureza
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Ratzel
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Final do
século XIX
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Teoria
do espaço vital naturalista (homem visto como mero animal)
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La Blache
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Século XIX–XX
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Gêneros
de vida; possibilismo, conceitos de paisagens e região geográfica, o home
percebido como transformador do meio
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Hastsshorne
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Do ano 1939 a 1959
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Geografia
tradicional variação de áreas
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Escola Pragmática
(EUA, URSS / Rússia, alguns países europeus)
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Meados do século XX
até hoje
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Tecnologia
Geográfica, Geografia quantitativa ou teorética, Nova Geografia, Geografia
sistêmica, percepção
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Escola Crítica
(Pierre George/Yves Lacoste/Milton Santos
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Meados do século XX
até hoje
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Geografia
ativa, Geografia Crítica; definição pelo caráter social da ciência.
|
Fonte:
Adaptado de Fitz, 2008
No Quadro 01 observa-se que em meados
do século XX os avanços tecnológicos abarcaram o cenário mundial. As
necessidades da ciência Geográfica, em se adaptar a nova indigência
tecnológica, iniciam estudos que possibilitam uma junção das ferramentas
utilizadas pelos estudos geográficos com as novas tecnologias. Essa fusão
dinamiza a análise territorial, sendo um instrumento expressivo para domínio e
reconhecimento do espaço geográfico, tornando um utensílio de Guerras. O
argumento anterior se torna válido, pois essa abordagem histórica se evidencia
na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), um período que iniciou a evolução das
tecnologias aliadas aos estudos espaciais.
O desenvolvimento da Escola Pragmática
na Geografia trata-se de um estudo que se baseia na precisão de cálculos
estatísticos e matemáticos fazendo com que os países saíssem com favorecimento
econômico na Segunda Guerra, principalmente os Estados Unidos da América (EUA).
Apesar de algumas aversões em relação
às abordagens da Escola Quantitativa, ela é responsável por transparecer o
início da construção do pensamento sobre o que atualmente é nomeada por muitos
de Geotecnologias. Com isso, para melhor entendimento é de relevância a
organização de como procedeu à sistematização dos conceitos que está inserida
as Geotecnologias no decorrer das décadas, visto que vários outros termos foram
usados para definir a conciliação da tecnologia computacional e matemáticas com
as análises geográficas.
Com isso, os instrumentos
Geotecnologicos têm contribuído com veemência para as diversas análises
espaciais envolvendo aspectos urbanos, rurais, bacias Hidrográficas, socioeconômico,
entre outros. Assim, é de relevância para os geógrafos enquadrarem nessa
conjuntura que a Geografia se insere no mundo contemporâneo.
Nota Folhas e Gente: Os geógrafos têm difundido a utilização de técnicas de geoprocessamento
para projetos ambientais no Brasil desde o início da década de 80,
principalmente em diagnósticos ambientais, projetos de reabilitação de áreas
degradadas e estudos de impactos ambientais e outros. As aplicações mais
utilizadas estão voltadas para a modelagem de dados, simulação de fenômenos
socioeconômicos, físicos e bióticos, classificação de imagens orbitais para a
obtenção de mapas de uso e cobertura do solo e, em especial, para a elaboração
de mapas de risco, provenientes do cruzamento algébrico de diferentes cartas
temáticas.
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